Uma volta no carro que vai avaliar a internet móvel pelo Brasil
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Uma volta no carro que vai avaliar a internet móvel pelo Brasil

RESUMO

No próximo dia 16, parte de Brasília uma picape cheia de equipamentos eletrônicos com a missão de avaliar a qualidade de serviços de internet em 100 municípios brasileiros.

No próximo dia 26, parte de Brasília uma picape cheia de equipamentos eletrônicos com a missão de avaliar a qualidade de serviços de internet em pelo menos 100 municípios brasileiros. A Expedição WDC pretende seguir, até meados de 2012, a trilha da fibra ótica a ser usada pela Telebrás junto à linha de transmissão da Eletronorte e dutos da Petrobras: é o caminho do Plano Nacional de Banda Larga.

Antes da partida, aproveitei para passear com o pessoal da expedição pelas ruas de São Paulo para entender o que é realmente essa missão e ver, claro, os gadgets do carro, uma picape Mitsubishi adaptada.

No painel, a tela mostra imagens vindas de cinco câmeras (duas internas e três externas, incluindo a de ré, que só aparece ao engatar essa marcha). Logo abaixo, onde estaria o rádio, duas portas USB: uma com um receptor de teclado sem fio e um modem 3G USB.

Bem na frente do passageiro, uma câmera IP…

Assim como uma de vigilância ao lado do retrovisor.

E outra atrás do banco do passageiro.

Lá na frente, ainda, o iPad é uma das principais ferramentas de análise: é nele que rodam aplicativos (direto no navegador) para avaliar o sinal de redes de 2,4 GHz e 5,8 GHz.

No porta-luvas, dois teclados (um para o servidor do carro e outro para o iPad).

No console, uma porta Ethernet e uma tomada convencional de três pinos.

E, do lado de fora, a câmera traseira, protegida contra a chuva e o mau tempo.

E a câmera de ré.

A mágica mesmo acontece no porta-malas. O servidor interno, com dois discos SSD de 128 GB, armazena os dados das câmeras, roteador Wi-Fi para compartilhar a conexão 3G, baterias, fonte de energia e os cabos das antenas externas estão ali.

Canos do lado de fora? Não, são as antenas de 2,4 GHz e 4,8 GHz.

A função principal do iPad é coletar os dados captados pelas antenas de análise de espectro. É aí a parte essencial da expedição: baseado nos dados coletados em um município, os pilotos poderão checar a existência de sinais 4,8 GHz (usados basicamente por empresas de telecomunicações) e falar com provedores locais sobre a qualidade dos serviços prestados (também vão tentar vender serviços oferecidos pela WDC, principal patrocinadora do projeto).

No modo stalker, mas não menos curioso, eles conseguem ver todas as redes Wi-Fi de um local, incluindo as ocultas. Sugiro a criação de um blog de nomes bizarros de redes sem fio.

Mas, no meu ponto de vista, o mais interessante é a visualização da qualidade do sinal 3G pelo Brasil afora. Vão levar na bagagem modems das quatro principais operadoras para ver a qualidade (ou não) do sinal. Em um passeio no trajeto Ipiranga-Vila Mariana-Av.Paulista-Centro, o sinal 3G da Vivo, por exemplo, chegou a 100% de força (na rua Augusta perto do centro de SP), mas menos de 40% em ruas do Ipiranga. A média ficou em 67% de força de sinal. No fim do projeto, será um bom mapa de como está a internet móvel pelo país.

Ah, sim, esse aqui é o carro. Dia 26 de outubro ele parte de Brasília em direção a Santo Antônio do Descoberto (GO), que é a primeira cidade a ser beneficiada pelo Plano Nacional de Banda Larga.

Dá para acompanhar a expedição pelo site oficial e pelo Twitter. Curiosamente, hoje o carro estava no futuro Itaquerão, na zona leste de São Paulo. Como será a qualidade da internet móvel por lá?

Escrito por
Henrique Martin
10 comentários
  • "o iPad é uma das principais ferramentas de análise: é nele que rodam aplicativos (direto no navegador)"
    eu ri

  • com uma antena desse tamanho, pega sinal 3G até dentro de elevador no subsolo…

    quero ver a decepção qdo tentar a conectar em 3G em todo Brasil… ¬¬
    E pagando caro por isso.

  • Ele ta falando no celular enquanto dirige? 😮

    Assustador!

  • O veículo é muito legal, mas me pergunto pra que tanta webcam dentro e fora do carro. Tudo isso é medo de ser roubado ou é pro patrocinador ficar de olho nos pesquisadores?

    • oi Nagano, as câmeras são para documentar o dia a dia da Expedição, os locais por onde passará, as situações que serão enfrentadas pelos participantes. Tudo estará sendo gravado para documentar no blog da Expedição.

      • Ok, mais uma coisa:

        Pelo que vi nas fotos a expedição irá levar quatro modems das principais operadoras na forma de adaptadores USB (a segunda foto de cima para baixo). Como esses dispositivos costumam vir com uma antena embutida, isso não significa que a qualidade do sinal 3G do local a ser testado não será do ponto de vista de um usuário dentro de carro, que pode estar sujeito à interferências e bloqueios por estar dentro de uma caixa de aço com janelas — e pior, na parte de baixo do painel no meio de toda aquela parafernália eletrônica?

        Talvez a qualidade da recepção poderia até ser melhor e/ou menos contestável se os modems 3G fossem montados perto do para-brisa frontal para terem uma melhor recepção do mundo exterior — como fazem os GPS automotivos — ou mesmo do lado de fora, num local onde você poderia pegar um sinal livre de barreiras.

  • Achei a iniciativa muito legal, o Brasil precisa de gente assim, que leva sério questões importantes como estas