Review: Airbnb (em Barcelona)
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Review: Airbnb (em Barcelona)

RESUMO

Depois que comprei minha passagem na sensacional Singapore Airlines para cobrir o Mobile World Congress em Barcelona, ficou a questão: onde ficar? Já estava no modo orçamento baixo, e não queria sair dele. Alternativa? Usar o Airbnb.

Depois que comprei minha passagem na sensacional Singapore Airlines para cobrir o Mobile World Congress em Barcelona, ficou a questão: onde ficar? Já estava no modo orçamento baixo, e não queria sair dele. Hotéis na cidade, por conta do MWC, são impossíveis: quase sem vagas, e as poucas disponíveis são estupidamente caras. Já passei da idade de ficar em albergue. Alternativa? Tentar o Airbnb, serviço de reservas de quartos em casas de pessoas comuns.

Já que era para ficar na casa de alguém, pagando menos, procurei algo barato (dãaa) e bem-localizado, perto de algum metrô. No MWC de 2011, fiquei em outra cidade na periferia de Barcelona (Sabadell) e perdia pelo menos 1,5 hora no trânsito para ir ao congresso todo dia. Agora, a meta era chegar lá em no máximo 20 minutos.

Mas calma lá: a coisa não é tão simples quanto reservar um quarto de hotel em um Expedia ou Hoteis.com da vida. Nesses sites, você escolhe o hotel, a melhor tarifa para o bolso e, se tiver data disponível, faz a reserva. No Airbnb, é preciso mandar uma mensagem privada para o dono da casa (que tem, no fim das contas, um ou dois quartos livres para isso), que vai pensar em duas coisas: 1) se ele vai com a sua cara e 2) se ele quer receber gente naqueles dias que você pensa em se hospedar na casa dele. É uma espécie de galanteio online, você conta suas qualidades, o que vai fazer, quanto tempo quer ficar, e o dono responde sim ou não.

Dos três apartamentos que escolhi perto de algum metrô ou até mesmo da Fira de Barcelona, um dono foi direto ao ponto: tá cheio, não me enche (foi nesse nível). O segundo também, um pouco mais educado. E aí encontrei o apartamento perto da Sagrada Família (a igreja inacabada e, principalmente, o metrô). Tá, não era exatamente ao lado do metrô: a cinco quarteirões da estação do mesmo nome, era uma caminhada de uns 8 minutos na ida (descida) e uns 15 na volta (subida).

Fechamos negócio online, tudo sem problemas. O dono do apartamento, Julian, era um argentino-espanhol cientista social que aluga os quartos por precinhos baixos para complementar a renda. Nem sempre tem gente – de outubro a janeiro, me contou depois, a procura cai por conta do inverno na Europa, nem todo mundo fala espanhol ou portunhol, e o Julian fala o básico de inglês. O quarto era minúsculo, conforme prometido nas fotos: uma cama com lençóis limpos, edredom e travesseiro, uma cômoda, uma cadeira e se vire pra caber a mala lá dentro (coloquei em cima da cadeira). Mais guia da cidade para pegar emprestado e várias informações turísticas, incluindo um mapa do metrô.

Além disso, o apartamento de três quartos tinha um banheiro razoável com pia, bidê e uma banheira com chuveiro bem grande (acho que o banheiro era maior que o meu quarto), uma cozinha com fogão, pia e microondas liberados para uso e ainda lavanderia com máquina de lavar, tanque e secadora (também prontos para uso, assim como a geladeira com prateleira só para mim). E ainda tinha o outro quarto de hóspedes (com beliche), um varal externo, uma TV básica na sala de jantar e o mais importante (depois do banheiro e da cama): internet rápida – numa medição rápida, deu 14 Mbps – em todo o apartamento.

E tem a questão da segurança, claro. Já sabia de histórias de horror do Airbnb, a maioria envolvendo visitantes encrenqueiros que quebraram coisas (ou destruíram) a casa onde ficaram. Julián foi mais esperto: cada quarto (incluindo o dele) tem chave. Saiu? Tranque e leve a sua. A política da casa, que varia de lugar para lugar, era de entrar e sair no horário que quiser, só não esqueça de trancar a porta principal quando sair e voltar.

Moral da história? Me senti como se estivesse dormindo na casa de uma tia distante no interior: não conheço direito a pessoa, mas quero fazer o menor barulho-sujeira-confusão possível. Precisava dormir e tomar banho, e para isso o apartamento “cheap” era mais que suficiente. A experiência foi bem bacana (tirando o folgado do escocês do outro quarto). Fiz meus horários, ninguém falou nada, e no dia de ir embora, avisei antes que ia sair muito cedo (meu voo era as 8h20, o neurótico aqui saiu 5h30 de casa para pegar um táxi). E tudo bem.

No fim das contas, o Airbnb atua como um intermediário muito discreto em todo o processo. Fiz o pagamento das diárias por lá via cartão de crédito, com preços em euros (no meu caso, 14 euros/noite) ou reais (R$ 32/noite), mais uma taxa de 8 euros pela reserva. Mandam a confirmação, um lembrete um dia antes do check-in e, hoje, dois dias depois do check-out, pediram para eu fazer uma avaliação do local e do dono da casa. Fiz em 5 minutos, um tempo depois o Julián fez um depoimento para que, quando eu alugar um outro quarto em outra cidade, já tenha alguma reputação no site – o mais importante no Airbnb, por sinal. E o pagamento pro Julián é feito via PayPal, provavelmente esta semana ele já recebe o valor da minha semana lá.

Bons reviews de uma casa levam a mais hóspedes. Nem tudo no Airbnb é barato ou pequeno: dá para alugar casas inteiras sem o dono estar ali, por preços que variam de ridículos de baixo (meu caso) a bem altos. Para a viagem ao MWC 2012, valeu bastante a pena.

Em tempo: a foto que abre este post é do quarto zoneado um dia antes de eu ir embora – no apartamento “In Sagrada Familia Cheap Singleroom“.

Em tempo 2: a operadora Vivo emprestou um SIM card para usar quanto eu quisesse em Barcelona durante o MWC (com um novo aparelho que terá review ainda esta semana). Obrigados!

Resumo: Airbnb

O que é isso? Serviço de reservas de quartos em casas de pessoas normais em todo o mundo.
O que é legal? simples, bem ilustrado com fotos, informações claras e precisas sobre cada quarto. E é seguro. 
O que é imoral? alguns donos podem não ser muito educados.
O que mais? No apartamento que fiquei, tinha Wi-Fi de graça, assim como geladeira e cozinha livres para meu uso.
Avaliação: 7,5 (de 10). Entenda nosso novo sistema de avaliação.
Preço sugerido pago:  14 euros/noite (preços variam de acordo com local e disponibilidade de datas) + 8 euros de taxa de administração do Airbnb.
Onde encontrar: Airbnb.com

 

 

 

 

Escrito por
Henrique Martin
15 comentários
  • Muito legal!!!!! Gosto desses reviews de trajeto, queria ter feito algo assim da minha vida…

      • A m3rd@ é que foto aceita tudo. Depois vc chega lá e vê que não é nada disso. Já cai em muita furada em alugar imóveis por foto aqui no Brasil e fora também. Quando o problema não era o imóvel era onde ele estava localizado. As vezes, em cada bocada…. Pelo menos, em parte, o Google Street View resolveu parte deste último problema.

  • Pó cara, devia ter falado comigo 😛
    te recebia aqui tranquilo. Cobrava só ter que falar em português mesmo heuheuheuheu

    vou até tentar fazer esse esquema de alugar!
    Gostei porque da pra ter um controle maior e é por curto tempo.

  • Muito bom este sistema! Detalhe, me pareceu que o quarto tinha a cor do Ztop…

  • Muito bom!
    Depois de quase viajar na base do couch surfing, pareceu deveras prático e confortável. 😀

    E albergue não tem idade, já vi casais de idosos, casais com filhos, solteirões e solteironas convictos…

  • Confesso que não entendi o "Já passei da idade de ficar em albergue"… Em todos os albergues que me hospedo em qq lugar sempre tem os tiozinhos (inclusive já não sou mais nenhum adolescente com meus 26 anos).

    Falar que já não tem paciência para dividir o quarto com gente desconhecida é uma coisa, estar "velho" para isso já considero uma besteira….

    • vc definiu bem: é falta de paciência com gente estranha em grupo + gostar de um tiquinho a mais de conforto…

      • E isso não tem relação com idade ao meu ver. Fora que também muitos albergues tem quartos individuais, normalmente bem mais em conta que hoteis.