Quantum atualiza linha e faz aposta ousada no mercado brasileiro
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Quantum atualiza linha e faz aposta ousada no mercado brasileiro

A Quantum anunciou ontem (29) dois novos smartphones: o Sky, seu carro-chefe para o final de 2017, e o V, um aparelho com projetor laser integrado (e que eu não imaginava a marca lançando algo assim).

Fatos interessantes sobre a apresentação:

  • Teve um breve discurso de Flavio Ferreira, chefão de parcerias para Android e Chromebook do Google América Latina (curioso porque raramente o Google aparece, ainda mais no Brasil, em evento de parceiros).
  • Nos últimos dois anos (com produtos interessantes como o Go e o Fly), a Quantum entendeu seu mercado e público-alvo (tanto que o novo garoto-propaganda é Neymar Jr.) e ocupou um espaço no grande bolo de market share de smartphones brasileiros: Samsung e Motorola lideram, o resto se mata para garantir algo (a Quantum diz que, desde janeiro, tem uma ativação nova de aparelho por minuto).
  • Isso, porém, irrita a concorrência. Os executivos citaram que “um fabricante chinês disse que iria esmagar a Quantum” (aparentemente, não foram os chineses de Taiwan, mas da República Popular mesmo).
  • E a apresentação do Quantum V (de novo, uma surpresa pra mim) bateu forte na Motorola e seu Snap de projetor: citaram que tem resolução menor (verdade), é mais pesado (idem) e mais espesso, e não tem um projetor laser (como o V). Coincidência ou não, é raro ver empresas citando nominalmente seus concorrentes e tentando dar uma surra nas especificações técnicas. (A Asus costuma fazer isso próximo aos lançamentos dos seus Zenfone, mas ninguém fala muito disso).

Nagano comenta: Bom falar mal do concorrente não deixa de ser uma estratégia de marketing válida desde que você esteja falando a verdade e tenha condições de provar a suas afirmações. Qualquer coisa fora disso é “trash talk” e pode rolar até processo por calúnia!

Vejo o Quantum Sky como o resultado do aprendizado dos anos iniciais. Apesar de ser uma unidade dentro da Positivo, a Quantum hoje é peça fundamental na estratégia da turma de Curitiba. Tanto que ajudou a criar uma linha divisória de produtos dentro da marca: smartphones/telefones de até R$ 700 levam o nome Positivo, acima disso são Quantum.

A mesma lógica vale para o mercado de computadores: até R$ 2.200 (mais ou menos), Positivo. Acima disso, Vaio.

E o Sky não economiza nas especificações para um “intermediário premium”: 4 GB de RAM, 64 GB de armazenamento interno, uma curiosa combinação de câmeras (13 megapixels na traseira, 16 na frontal, ambas com lente f/2.0 e flash de LED), tela LCD IPS de 5,5″ com resolução Full HD, bateria de 4.010 mAH com carga rápida, slot dual SIM 4G (naquele esquema Micro SIM+ Nano SIM ou Micro SIM + Micro SD), GPS/A-GPS/GLONASS, rádio FM e um processador MediaTek Helio P10 (octa-core, 2 GHz). Roda Android 7.0 sem frescuras de interface com promessa de atualização para Android 8 “Oreo” (e vem com Google Assistente em português).

O design – como a maioria dos smartphones atuais – não se destaca muito (vide o sensor de impressões digitais na frente que lembra bem o da Motorola geração 2017), mas tem acabamento de alumínio na traseira (cores: cinza ou dourado). Bateram na tecla do “não escorrega na mão” (o Go e o Fly escorregavam bem). Vem com capa e película na caixa, e já está à venda pelo valor sugerido de R$ 1.349.

Quantum Sky vs Moto E4 Plus: qual é qual? (o Sky é o da esquerda)

Já o Quantum V é o “smartphone de nicho” da fabricante — com uma área educacional dentro do grupo Positivo, vejo uma adoção grande por esse tipo de público. Especificações técnicas parecidas (64 GB/4GB), processador MediaTek MT6750 (1,5 GHz, octa-core), tela de 5,5″ Full HD, câmeras de 13 megapixels atrás e 8 megapixels na frente, bateria de 4.000 mAH.

O destaque é mesmo o projetor laser (MicroVision PicoP Scanning Engine) com resolução HD, de até 80 polegadas, 4 horas de autonomia de projeção em um corpo de 10,3 mm de espessura. Tem preço sugerido de R$ 1.799 (já à venda online, mas chega ao varejo só em novembro).

Nagano comenta: Confesso que sempre fui meio avesso a esses pico-projetores porque, para mim, eles nada mais eram do que “gimmicks” ou seja, uma engenhoca ou recurso criado especificamente para chamar a atenção mas que, no fim das contas, tem pouco ou nenhum valor intrinseco.

Porém eu engoli minhas palavras ao ver num restaurante um grupo de pessoas se divertindo pacas ao projetar na parede as fotos tiradas numa Nikon COOLPIX S1000pjm, o que fez com que uma experiência essencialmente pessoal (olhar a telinha da câmera) se transformasse em algo que pode ser compartilhado e/ou apreciado em grupo.

Sob esse ponto de vista, o comentário do Henrique de que o Quantum V pode se tornar uma poderosa ferramenta de ensino para uso em aulas não me parece ser uma idéia de jerico. De fato, faz muito sentido.

A propóstio, nem a Positivo muito menos a Motorola foram os primeiros a usar um smartphone como projetor. A Thanko já fez isso desde 2015!

(Calma Rigues, brincadeirinha…)

[Quantum]
Escrito por
Henrique Martin
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