O primeiro smartphone da Motorola depois de ser adquirida pelo Google mostra que ele é um produto de personalidade própria e não um Nexus 4 de cara nova.
Aconteceu hoje em São Paulo (03/set) o lançamento do smartphone Motorola Moto X, o primeiro de uma nova família de produtos que irá, aos poucos, substituir a atual linha Razr.
Sob um certo ponto de vista, o Razr é um produto típico do design industrial americano — simples e utilitário, robusto e sem muita frescura — um tipo de charme que só encontramos em produtos como uma moto Harley Davidson, num jipe Humvee, num trator John Deere, uma pistola Colt 1911, etc. Mas se de um lado suas linhas retas, acabamento em Kevlar, parafusos a mostra e vidro Gorilla Glass fazem sucesso entre o público masculino…
… o mesmo não pode ser dito do feminino, já que algumas consumidoras ouvidas pela empresa descreveram os Razr como “celular de homem” o que pode até explicar o surgimento dos modelos na cor branca:
Assim, uma das coisas que ouvimos do pessoal da Motorola — agora sob a asinha do Google — é que a partir desta experiência, a idéia é de que o Moto X teria um design “unissex” capaz de agradar a qualquer público. O curioso é que enquanto o serviço MotoMaker não chega por aqui (e se chegar, só em 2014) a empresa irá oferecer por aqui o modelo com gabinete na cor preta e branca pelo mesmo preço sugerido: R$ 1.799 (desbloqueado).
E de fato, a primeira vista, o seu visual até que é bastante clean para um produto na sua faixa de preço. Porém muitas surpresas se escondem por baixo dessa carinha inocente como a chamada nova arquitetura “Motorola X8 Mobile Computing System” formada pelo processador Qualcomm S4 Pro mais dois processadores dedicados para reconhecimento de voz e sensores, 2 GB de RAM, 16 ou 32 GB de armazenamento, câmera de 10 megapixels, bateria interna (e não removível) de 2.200mAh, NFC, WiFi, bluetooth 4.0 e suporte para redes 3G e 4G locais.
O produto em si vem embalado numa caixa branca com alguns acessórios básicos como fone de ouvido com microfone incorporado, cabo USB micro, adaptador de tomada (padrão nacional) com saidas USB, ferramenta de remoção do cartão SIM e alguma documentação adicional.
O curioso é que seu adaptador de tomada bi-volt com saída de 5 volts x 1.150 mA vem com duas saídas USB o que permite plugar mais de um dispositivo ao mesmo tempo. Apesar disso, não acreditamos que ele seja capaz de recarregar o Moto X mais algum tablet mais fominha.
Ao inserir a ponta da ferramenta de remoção num orifício localizado no lado esquerdo do smartphone, ele aciona um mecanismo de mola que ejeta um pequeno suporte metálico que, ao contrário do que possa parecer a primeira vista, não aceita o atual padrão micro SIM e sim o notório nano SIM, visto pela primeira vez no iPhone 5. O lado oposto da ferramenta serve para empurrar o suporte de volta para o aparelho.
A parte de trás do aparelho é feito de um material que parece ser policarbonato reforçado com Kevlar porém num padrão de trama diferente do que vimos, por exemplo, no Razr i. Ele mede aproximadamente 6,5 x 12,9 x 1 cm (LxAxP) e 130 gramas de peso.
Mas nem tudo dos Razr foi equecido pelo Moto X. Por exemplo seus botões de liga/desliga e volume também ficam no lado direito do smartphone…
… enquanto que no lado oposto, fica o slot para o cartão nano SIM. Observe que o Moto X não possui slot para cartão de memória adicional (boo!) e a versão comercializada por aqui vem com apenas 16 GB de memória Flash (boooo!). Quando questionamos essa ausência, a explicação dada pela Motorola é que isso é uma tendência do mercado já que a idéia é que as pessoas deixem menos informações pessoais nos seus aparelhos e mais na nuvem — o que não me parece ser uma má idéia num mundo perfeito onde todos tem acesso fácil a internet de alta velocidade a qualquer hora e em qualquer lugar. Já aqui em Pindorama…
Na parte de baixo podemos ver o furo do microfone usado para as ligações de voz e, na sua base, a entrada USB micro usada para transferie informações e recarregar sua bateria interna…
E na parte de cima podemos ver a porta de som e um segundo microfone que, junto com um terceiro existente na parte de trás do aparelho formam um array usado para analisar o som ambiente e proporcionar uma ligação de voz de melhor qualidade. Também observe que a parte de trás do Moto X não é exatamente plano e sim levemente curvo…
… que acompanha a curvatura da mão…
… possibilitando assim uma pegada mais confortável:
Se comparado com o Raz i equipado com uma tela de 4,3 polegadas podemos ver que a do Moto X consegue ser significativamente maior, adicionando apenas 4 mm na largura e 8 mm no comprimento do corpo do aparelho.
A tela do Moto X é do tipo AMOLED de 4,7 polegadas e resolução nativa de 1.184 x 720 pixels que, segundo a empresa, essa é a maior que uma pessoa consegue operar com apenas uma das mãos. O que também ajuda são as bordas laterais extremamente finas o que possibilitou uma boa relação entre tela x tamanho do aparelho. Outra boa notícia é que ela é recoberta com vidro resistente a riscos Gorilla Glass da Corning que cobre toda a frente do aparelho, incluindo a câmera, o auscultador e o microfone da base.
A nitidez e o alto contraste da tela OLED (em especial nos tons de preto) é tanta que não conseguirmos notar onde termina a tela e começa a moldura do telefone.
E somente com uma luz forte podemos observar alguns elementos ocultos como o seu sensor proximidade e de luminosidade do ambiente…
… e sua câmera frontal de 2.1 megapixels.
Na parte de trás fica a outra câmera…
… equipada com um sensor de 10 MP do tipo “Clear Pixel” capaz de performar melhor em ambientes com menos iluminação, apesar de que o aparelho conta com um flash de LED. O curioso é que o Moto X pode ser configurado para acionar a câmera com um simples chacoalhar do aparelho e bater uma foto pressionando qualquer parte da tela.
Interessante observar que apesar de ser uma empresa do Google, o sistema operacional do Moto X não é um “Android Puro” e sim uma versão bastante clean (adeus tela de configurações rápidas, Apps favoritas e widget Círculos) equipada com implementações mínimas — porém bem interessantes — que agregam valor ao produto.
A má notícia é que, por causa disso, os usuários não devem esperar atualizações imediatas vindas do Google como acontece com o Nexus. Porém, a boa notícia é que com alterações mínimas, fica mais fácil para o pessoal da Motorola incorporá-las nas futuras versões do Android resultando assim, na liberação de atualizações em menos tempo.
Vale a pena observar que esse hands-on é apenas uma visão rápida desse produto já que muitas coisas interessantes do Moto X está na sua experiência de uso. Isso será explorado com mais detalhes pelo Henrique numa análise mais completa que ele deve fazer depois de voltar da IFA.
E só para dizer que não mexi no aparelho, aqui vai uma demonstração rápida do sistema de reconhecimento de voz do Moto X que compreende perfeitamente bem o português brasileiro, por sinal um dos grandes atrativos deste produto já que ele incorpora um processador específico para reconhecimento de voz que fica fora do SnapDragon.
Note que para invocar o sistema é preciso dizer “OK Google Now!” + solicitação. Não deu para fazer uma ligação ou consultar as mensagens porque não tinha um nano SIM aqui na Zumo-caverna.
Boa maneira de fixar a marca na cabeça das pessoas né? 🙂