
Novo wearable da Epson será voltado para desevolvedores/ISVs para que eles criem produtos e serviços para empresas e até consumidores finais.
A Epson do Brasil reuniu ontem um pequeno grupo de jornalistas na Casa Cor 2015 para apresentar o Moverio BT-200, seu primeiro óculos de realidade aumentada a chegar oficialmente ao País.
Lançado em 2011 com a intenção de ser uma tela de uso pessoal para usuários móveis (algo como um walkman de vídeo), o Moverio evoluiu para se tornar uma plataforma de realidade aumentada (AR) por excelência, a medida que o mercado descobriu novas aplicações inspiradas em filmes como Exterminador do Futuro, Robocop e Homem de Ferro:
De fato, o modelo que vem para o Brasil é o BT-200, lançado no mercado em 2014 e que foi vitaminado para melhorar o seu desempenho como dispositivo de AR:
Tecnicamente falando, o novo Moverio vem equipado com duas telas do tipo binocular transparente do tipo “see-Through” com resolução nativa de 960 x 540 pixels (QHD). Como esse sistema fornece uma tela para cada olho, ele é compatível com a tecnologia 3D.
Fora isso, a moldura também vem equipada com uma câmera VGA (640×480 pixels), sensor de orientação, acelerômetro, GPS e até bússola eletrônica, o que permite monitorar o movimento da cabeça se a aplicação puder tirar proveito disso.
Uma curiosidade desse produto é que ele trabalha conectado a um dispositivo de mão (ou handset) que lembra muito um smartphone com Android, porém sem tela LCD. No seu lugar existe uma espécie de touchpad onde o usuário pode controlar a tela do Moverio.
Tecnicamente falando, esse módulo vem equipado com um processador TI OMAP 4460 dual-core de 1,2 GHz, 1 GB de RAM e 8 GB de armazenamento interno com opção de expandir para até mais 32 GB por meio de um slot Micro SD. Ele também vem equipado com Wi-Fi 802.11 b/g/n, bluetooth 3.0, porta USB micro 2.0 com suporte para OTG (yaaay!), Miracast, interface de som com tecnologia Dolby Digital Plus com porta de som no próprio cabo…
…e bateria interna (que também alimenta o óculos) com autonomia estimada de seis horas de uso contínuo. Seu sistema operacional é o Android 4.0.4. Assim, em poucas palavras, podemos descrever o Moverio como um smartphone/tablet Android com sua tela montada num óculos. Simples assim.
Mas voltando ao que interessa, um dos grandes atrativos do Moverio é o seu sistema de imagem na forma de uma pequena área montada na parte central de cada uma das lentes dos óculos.
A imagem em si é gerada por uma minúscula tela HTPS (High Temperature PolySilicon) montada na lateral de cada lente e que “ricocheteia” por uma guia de luz até ser refletida para os olhos do usuário por meio de uma película semi-transparente, criada por meio de uma tecnologia de deposição de material.
Aqui podemos ter uma vista melhor desse espelho semi-transparente (embaixo). Segundo a empresa, as primeiras versões dessa lente eram feitas de vidro, mas devido a sua espessura, a empresa optou por substituir esse material por acrílico, o que reduziu consideravelmente o seu peso, melhorando assim o seu conforto de uso.
A intensidade da luz projetada também varia de acordo com a luz ambiente, de modo que modo que o brilho da tela harmonize com o resto do campo de visão, de modo que uma coisa não interfira na outra.
Entre os acessórios inclusos, incluem uma máscara de sol do tipo clip-on e uma curiosa moldura para a instalação de lentes corretivas para aqueles que já usam óculos:
Aqui uma comparação do Moverio com seus “concorrentes” do mercado…
… e aqui uma visão da Epson de como eles se posicionam no mercado:
Segundo Jeferson Pinto, gerente de produto da área de projetores da Epson Brasil, a estratégia comercial do Moverio não será de oferecê-lo para o consumidor final e sim direcioná-lo para para o segmento de B2B e B2B2C já que, de um certo modo, o que a Epson produz e vende é a plataforma de hardware (como um console de videogame) e são os desenvolvedores de aplicações ou ISV que irão realmente fazer com que esse produto realmente aconteça por aqui.
Talvez a grande sacada da Epson seja que como o Moverio é, na sua essência, um tablet com Android, não deve ser muito complicado para um desenvolvedor acostumado com esse ecossistema portar ou mesmo criar uma nova aplicação específica para o óculos da Epson.
Aqui um exemplo bem simples de um joguinho baseado em AR que encontramos no site de desenvolvedores da Epson:
A Epson apresentou uma aplicação representada localmente pela Iguale Comunicação de Acessibilidade, que possui um App que gera audio-descrição, legendas e até linguagem de sinais para filmes nacionais (que quase sempre não são exibidos com legendas no circuito comercial).
Como esse app foi desenvolvido para smartphones e tablets, foi fácil adaptá-lo para o Moverio:
Esse exemplo é particularmente interessante, porque neste caso o Moverio faz parte de um produto/serviço que pode ser oferecido por um cinema na forma de aluguel, cortesia ou mesmo para atender as normas de acessibilidade do governo.
Assim o esforço inicial da Epson do Brasil é de exatamente apresentar esse produto para a comunidade de desenvolvedores de software, oferecendo suporte técnico, até equipamentos para testes e até orientando na compra dos equipamentos que, dependendo do escopo e da quantidade, pode ser feita por meio de um distribuidor local ou mesmo diretamente pela Epson.
Como é comum nestes casos, a empresa não costuma falar de preços já que, como dissemos antes, por aqui esse produto não será comercializado oficialmente em lojas. Lá fora, o preço sugerido está na faixa dos US$ 700.
Segundo Jefferson, existe a previsão de que o site local do produto (o que incluirá o link para o programa de desenvolvedores) deve entrar no ar em breve no site da Epson Brasil dentro da área de projetores. Além do suporte técnico, forums e downloads das APIs/SDKs a empresa também terá sua própria loja de Apps.
Quem não quiser esperar também pode visitar o site americano.