CES 2010: Ballmer, se aposente
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CES 2010: Ballmer, se aposente

RESUMO

Nagano, se você não foi ver Steve Ballmer no keynote de abertura do evento, que bom. Economizou tempo e acredito que fez coisas mais importantes e divertidas. Eu estava lá, virtualmente, esperando por Ballmer. Que decepção.

CES 2010 – Nagano, se você não foi ver Steve Ballmer no keynote de abertura do evento, que bom. Economizou tempo e acredito que fez coisas mais importantes e divertidas. Eu estava aqui em casa, virtualmente, esperando por Ballmer. E que decepção.

Marcada para as 18h30 no horário local (0h30 aqui), a apresentação atrasou quase 30 minutos. Motivo? Faltou energia (!). Até religarem tudo e reiniciarem o Borg, quer dizer, Ballmer, o povo ficou lá (e cá) esperando. Quem estava no streaming ao vivo ouvia uma musiquinha de espera de telefone. Só faltou dizer “Sua ligação é importante para nós”.

Ballmer surge. Infeliz com a economia, mas contente com a retomada que o mercado de tecnologia ajudou a dar à crise. Feliz com o Windows 7. Feliz com o Xbox 360. Feliz com o Bing (“Hoje a gente Bing, Bing, Bing”, disse, animado). Feliz ao colocar Bing e MSN como buscador e página inicial padrão em novos computadores da HP. Parecia feliz também com o Windows Phone, mas não entrou muito em detalhes (pega mal, né?).

Como é comum nesse tipo de apresentação, aparece um coitado para ajudar Ballmer a demonstrar incríveis novas máquinas com Windows. Quase todo mundo que tem alguma novidade em PCs com Windows está lançando algo na CES, logo estavam na mesa também: Lenovo, HP, Acer, Compaq, Asus (ao povo da Asus, uma pergunta: em inglês se pronuncia A-SÚS – como Re-Sús – num sotaque mexicano – ou é AiSus com ênfase no “A”?).

Notebooks, netbooks (o demonstrador veio ao Brasil com um netbook e adorou, olha só), demo da integração do Office 2010 na colaboração com direito à clássica e cansada piadinha “developers developers developers”, desktops all-in-one. Pena do ajudante, de nome Ryan Asdourian: as piadas ensaiadas soavam, ao menos para quem via de longe, como pequenas humilhações programadas para divertir o público. Não colou.

Enfim, uma quase-novidade: uma nova categoria: slate PCs, ou tablets menores e mais simpáticos, mas que não deixam de ser PCs por dentro. Ballmer só esqueceu de dizer que a HP, em parceria com a Microsoft, vende tablet PCs desde o tempo do onça e essa tecnologia, com a visão Microsoft, nunca decolou. Dois outros fabricantes estavam lá com aparelhos que acredito serem conceitos: Archos e Pegatron (mmm, será que tinha um irmãozinho do possível Apple Tablet ali? Aposto que sim).

Um vídeo rápido do Slate HP – que sai em “algum momento deste ano“:

O grande anúncio do keynote, no final das contas, ficou na responsabilidade de Robbie Bach, presidente da divisão de entretenimento e dispositivos da Microsoft (e o Ballmer nem deu tchau – ou meu sono impediu?): novos títulos esperados para o Xbox 360, incluindo Halo Reach (mostraram um vídeo de demonstração que foi censurado – sim, por “motivos de propriedade intelectual” – para quem estava no streaming), mais a grande informação de que o Projeto Natal chega no final do ano.

Em tempo: Steve Ballmer perdeu seu mojo, seu carisma. Nem é mais o cara entusiasmado da época dos developers-developers-developers nem o CEO que eu conheci em 2003 com o sapato furado. Você, como a Microsoft, se acomodou numa posição de sucesso (Windows 7 ainda repercute bem, pelo menos até anunciarem o primeiro Service Pack) e não tem mais nada de novo a acrescentar. Bill Gates soube sair na hora certa. Pelo visto, você não soube e não tem mais pique (ou será que a Microsoft não tem mais pique?) para segurar um discurso de 1h30.

Que tal Ray Ozzie no keynote da Microsoft abrindo a CES 2011? Aposto que vai ser bem mais interessante. Sorte sua que os meninos do Google iriam de pijamas fazer um keynote desses – mas não é a cara de Mountain View fazer isso (o keynote, não o pijama).

Escrito por
Henrique Martin
20 comentários
  • Pois é, Henrique… Lá ficamos até às 2 da manhã, para o quê? Nada! Algumas demonstrações de funções novas do pacote office e uma vergonha alheia sem fim do Asdourian. O Slate me parece interessante, mas até que ponto? Para onde caminhamos com essa tecnologia de tablets? Com o advento de celulares cada dia mais robustos existe mesmo um "gap" ai para aparelhos assim? E por fim o super "cool" Bach que todo empolgado veio mostrar o reach e nós ficamos chupando o dedo, novamente. No final só mesmo o lance do Projeto Natal que já havia sido noticiado pela IGN um pouco mais cedo, enfim, decepcionante.
    Abraços!

  • Eu poderia ter desistido de assistir desde o início, com aquela Black Screen of Death (que foi o sinal do Pedro, dizendo para todos os Binos: "É uma armadilha!") mas não. Assisti de cabo a rabo. E a Microsoft poderia ter focado em um produto ou dois e nos apresentar alguma coisa. Tudo ali pareceu muito forçado, principalmente o ajudante/demonstrador dos PCs, ali foi demais!

  • Não surpreende esse balanço do keynote, e, pra falar a verdade, acho que não rola falta de entusiasmo ou de qualquer outra coisa. A explicação é simples: a CES é uma feira principalmente de hardware, e o forte da Microsoft é software. Quem viu alguns keynotes da PDC, em novembro do ano passado, notou tudo, menos comodismo e/ou desânimo.

    Só estava ansioso pelo provável anúncio do Courier, que acabou não rolando. Fora isso, não esperava muita coisa – como acabou se concretizando.

    Em maio teremos a MIX'10, e, lá sim, teremos entusiasmo e novidades realmente impactantes.

    []'s!

  • Conheci o Zumo agora, estou deixando oficialmente o Meiobit e o chato do cardoso. Aqui é minha nova casa! Excelente o blog muito mais moderno e com opnioes inteligentes!

  • Olá Henrique! Se pronuncia A-sús. Mas no Brasil falamos como se fosse Azuz, e aqui nos Estados Unidos as vezes escuto A-sús, ou Ei-sus. Agora na Europa é um problema, cada País fala de um jeito, fica insano querer replicar aqui os Franceses, Russos, Ingleses e etc… Abs.__

  • Isso me lembra o Origami… Que tb não deu certo.

    E o Natal? Espero estar errado, mas uma tecnologia para reconhecer movimentos precisa de jogos específicos para aproveitar seu potencial. Ou tentar incluir o suporte ao acessório em todo jogo será furada – imagine jogar Halo? Call of Duty? Street Fighter? A Sony já tinha a ps-eye, mas apenas jogos ridículos que não impulsionaram o acessório. Mas espero estar errado e possa ver nascer uma nova forma de interatividade com jogos!

  • Seria muito legal se a Microsoft fizesse o lançamento do Natal no dia 25/12/10!! Seria um presentão…é uma pena que SÓ ISSO realmente represente inovação por parte da MS.

  • Hahahahah o Ballmer não tem mojo faz tempo, né Henrique. Beijos

  • Pra perder as vendas pré-Natal?
    E eles lá sabem que Natal é o nosso nome do Christmas deles? ¬¬