Celular na favela: o que sai de lá?
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Celular na favela: o que sai de lá?

Eco-celular: idéia vinda da comunidade

A Nokia também apresentou hoje o resultado de um estudo feito no Rio de Janeiro na favela do Jacarezinho, como parte de uma pesquisa global.

A sul-coreana Yonghee Jung, do time de “antropólogos do design” da Nokia, falou sobre os desafios de criar celulares – e pensar em zonas de tempo que variam de três a 15 anos para materializar um produto – para mais de 3,1 bilhões de terráqueos que têm um celular, e cada um deles (cliente Nokia ou não) pensa diferente.

O estudo “Future Urban” foi feito em três comunidades carentes nas seguintes cidades: Mumbai, na índia; Rio de Janeiro, no Brasil; e Accra, em Gana, com três focos distintos: pesquisa etnográfica (passando o dia na companhia de moradores ou visitando pessoas) envolvendo moradores (com a primeira pergunta quase sempre sendo “onde está o seu celular?) e um processo de “engajamento comunitário”, pedindo aos moradores que digam o que eles querem ter no seu telefone.

Tá na hora de fazer o seu telefone celular” foi o tema usado no Rio, com 80 moradores que foram acompanhados por distintos perí­odos de tempo, mais 300 que responderam í  pesquisa de rua.


Jung falou dos resultados etnográficos do chamado acima, e alguns resultados foram no mí­nimo inusitados.

No Jacarezinho: morador quer celular multimí­diaOs pesquisadores pedem que os moradores desenhem os celulares de acordo com suas principais necessidades: de lá saí­ram idéias de celulares ecológicos (que medem poluição do ar, água e o buraco na camada de ozônio); multimí­dia (com filmadora, câmera, iPod, comandos de voz…); voltados í  moda (com espelhos para “retocar a maquiagem”); com TV integrada (para atrair mais passageiros ao meio de transporte de seu criador) e até com uma câmera integrada para as mães poderem monitorar “crianças de longe”. Idéias para criar o celular do futuro, ou ao menos deixá-lo mais com a cara de cada local.

OK, mas o que esse tipo de pesquisa influencia no design final?

Jung citou três exemplos: os celulares 1200/1208, que comportam múltiplas agendas de contatos (pedidos dos mercados indiano e africano, que usam um celular compartilhado por famí­lia ou vila); o Nokia 6300, com luzes integradas na lateral do aparelho (reclamação de mulheres que perdiam o telefone na bolsa e não conseguiam achar) e, finalmente, o 8800 Arte, que atua como dublê de relógio e, também voltado ao público feminino, permite que se silencie o telefone numa reunião apenas virando-o com a tela para baixo – bem útil quando se esquece de mudar o perfil do toque do celular.

Em tempo: como fazer uma pesquisa dentro de uma favela e lidar com a questão da segurança? Jung conta que antes de vir ao Rio recebeu DVDs de “Cidade de Deus” de alguns amigos, mas que não presenciou experiências relacionadas í  violência durante o estudo. “O trabalho é sempre feito com uma equipe local, criamos relações de confiança”, afirmou.

Zumo viajou ao Rio a convite da Nokia

Escrito por
Henrique Martin
3 comentários
  • […] Produtos gratuitos são o futuro dos negócios Quem manda nas redes sociais Música no celular Celular na favela: o que sai de lá? Números enormes: aí vem a TI do […]

  • eu sou o vencedor do Concurso Nokia Future Urban
    gostaria de saber se por ventura darão seguimento a este projeto por favor entre em contato pelo e-mail supracitado ou pelo cel:96842903