2027 visto em 2007: previsões que deram (ou não) certo
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2027 visto em 2007: previsões que deram (ou não) certo

Estava eu arrumando uns backups neste fim de semana e encontrei fotos datadas de maio de 2007 com apresentações de executivos da HP. Como nessa época eu estava em um evento da HP em Shanghai, faz sentido a época (encontrei registros no próprio site da HP e no TechDigest).

O mais interessante é que os slides nas fotos mostram uma visão do futuro da tecnologia pelo então CTO da HP, Phil McKinney. Minhas observações são sobre as próprias imagens – as anotações desse evento já foram pro lixo reciclado faz tempo.

O tema da apresentação de McKinney era “O futuro não muito distante: uma previsão de 20 anos da HP”. (primeira coisa imprevista: que a HP iria se separar em duas em 2015).

Mas tirando o fato da HP dividida nos dias de hoje, o slide abaixo já mostra muita coisa que temos hoje – ou estamos a ponto de ter. Lembre-se que 2007 foi o ano do lançamento do primeiro iPhone. 90% dos itens abaixo já estão disponíveis hoje:

  • Dinâmicas sociais: OK, já acontece (na ubiquidade de redes sociais – cof, Facebook – nas nossas vidas)
  • Entretenimento pessoal: levamos a Netflix no bolso
  • Redes inteligentes: 5G já está chegando.
  • Gadgets: desde o iPhone, cada vez mais, numa velocidade de lançamento / ciclo de produto cada vez mais rápido.
  • Conteúdo ubíquo: Netflix, Amazon Prime Video, GloboPlay estão aí para provar.

E 2027 nem chegou ainda, olha só.

Mas tem algumas coisas que o erro foi grande, talvez pelo grau de visão estar distorcido pelo Second Life na época:

  • Convergência de experiências de mídia: não lembro o exato contexto, mas o fato de cortarmos a TV a cabo e assinarmos N serviços distintos de streaming (deixando mais caro que a TV a cabo…) mostra uma convergência disso, em qualquer lugar: PC, TV, smartphone.
  • Colaboração virtual: não aconteceu um cruzamento de mundos reais e virtuais, mas trabalhar em 2019 de forma colaborativa de qualquer lugar do mundo é fácil e possível, basta ter acesso à internet, Google Docs/Office 365 e Slack, certo?
  • Comunidades de Second Life em 2020. Para mim, Second Life foi um conceito aceitável na época errada (tipo o Taikodom). Acabou sendo levado ao hype pelos publicitários e deu no que deu – em nada.
  • 2025: comunidades virtuais ganham status legal. Bem, nos últimos anos vimos o poder da persuasão na internet definir eleições no mundo todo. Não acredito que chegaremos a esse ponto (vide os problemas que a crypto-moeda Libra do Facebook está enfrentando).

Aqui, em “entretenimento pessoal”, acho que todos os itens já acontecem normalmente desde o advento do 4G e da banda larga + serviços de streaming. TVs inteligentes são o padrão, casas inteligentes nem tanto (mas internet das coisas está se popularizando aos poucos), conteúdo em qualquer lugar/dispositivo (como já disse acima) e entretenimento à vontade (desde que, em 2019, faça parte do catálogo do seu streaming favorito).

Na parte de redes inteligentes, meio do caminho. Já temos conectividade o tempo todo, mas esses tópicos de 2020 e 2025 serão resolvidos com o 5G e sua rede em todo lugar (lembrando que 5G não é sobre velocidade, certo amiguinhos?)

Finalmente, em gadgets e conteúdo ubíquo, tudo hoje já é personalizado e a previsão de 2025 se concretiza com “OK Google”, certo? IA e redes neurais já aparecem no nosso dia-a-dia (apps, Google Assistente, Alexa, Bixby etc), completando o ciclo dos aparelhos cognitivos. Não exatamente aparelhos, mas serviços conectados que nos entendem.

Em 2007, Henrique ainda era editor da PCMag Brasil (descanse em paz) e viajou a Shanghai a convite da HP. Tem até prova de que ele estava lá – e selfie nem era modinha ainda!

Escrito por
Henrique Martin