Macro: smartphone Xiaomi Mi4
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Macro: smartphone Xiaomi Mi4

Xiaomi é o nome quente no mundo dos smartphones. A fabricante chinesa se baseia em uma estratégia doida (e extremamente funcional) de fazer barulho online e vender muito rápido seus produtos em lotes, restritos à China e região, com preços acessíveis. Deu certo: já é a terceira maior fabricante de smartphones do mundo.

Durante a CES 2015, consegui passar um tempinho no estande da Qualcomm fuçando no Xiaomi Mi4, um dos smartphones topo de linha da marca.

A Xiaomi deve lançar seus primeiros produtos no mercado brasileiro em 2015 (embora aparelhos não-certificados sejam fáceis de encontrar/importar). O foblet Note 4G passou na Anatel e eles já abriram um escritório em São Paulo. Para completar, têm como chefe de expansão internacional o brasileiro Hugo Barra, ex-VP do Google que saiu da empresa em uma situação bastante polêmica – e já disse que o Brasil é prioridade.

Vale lembrar que, na Índia, a empresa não se chama Xiaomi, mas sim… Mi (Xiaomi: milhete ou painço. Mi: acrônimo para “Internet Móvel” ou… “Missão impossível”).

E, se você (e 99% da mídia) diz que a Xiaomi é a Apple da China, está errado. Está mais para Amazon ou mesmo Google: venda aparelhos baratos, ganhe com serviços online.

Até lançar algo de verdade, a Xiaomi enfrenta inúmeros desafios para entrar no mercado brasileiro (fabricação local, impostos e tributações loucas, varejistas que não abrem mão da sua margem de lucro, dólar instável, economia idem, logística amadora, pós-venda, assistência técnica e por aí vai). A Xiaomi até deve esperar por isso, mas vale a dica grátis: mesmo empresas milionárias tomam tapas na cara do Brasil (eu, microempresário, apanho todo mês, pelo menos).

Reza a lenda que a Xiaomi Brasil ainda negocia com a Foxconn a fabricação local dos seus smartphones (incentivos fiscais, redução de preço, lei do bem bla bla bla. Xiaomi Brasil, tem algo a dizer? comentários para henrique(at)interfaces.news  sim, Xiaomi tem algo a dizer – ainda esta semana)

Como um acordo não foi fechado ainda, de acordo com fontes ligadas ao mercado de telecom ouvidas por este ZTOP, a chegada de produtos Xiaomi ao varejo deve ficar mesmo para o segundo semestre.

Fica o dilema para os chineses: importar e vender caro (ou subsidiar e ter prejuízo) o primeiro lote (e o Note 4G é um produto que vai ficar desatualizado em breve) ou esperar mais e só lançar depois de julho, com a cadeia de suprimentos pronta e azeitada (e gastar um caminhão de dinheiro de marketing e comunicação para fazer a marca conhecida).

Com publicidade, mas sem estoque, a Xiaomi pode não vingar (escrevo isso e me lembro do não-lançamento do Nexus 7 por aqui, que era pra ser e não foi – e Hugo Barra estava ainda no Google, diretamente envolvido no processo local). Exemplos de fabricantes que saíram do Brasil não faltam – notadamente HTC e ZTE (e a Huawei vem-e-vai-e-vem com smartphones por aqui, embora o negócio de redes seja muito sólido).

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Voltando ao Xiaomi Mi4: lançado em agosto de 2014 no mercado chinês, é um smartphone topo de linha com tela de 5″ Full HD, processador Qualcomm Snapdragon 801 (MSM8974AC) quad-core de 2,5 GHz, GPU Adreno 330, 3 GB de RAM e 16/64 GB internos (sem opção de expansão). A versão de Android é a 4.4.2 ‘Kit Kat’ (mas pelo visto o Android 5.0 já saiu), modificada pela interface MIUI 5.0.

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Apesar de mal-acostumado com a interface básica da Motorola (uso o Moto Maxx no dia-a-dia), confesso que gostei do visual da MIUI. Tem muitos atalhos na tela inicial, começando pelas notificações…xiaomi mi4 - 03

…passando por telas iniciais específicas, como essa de ferramentas de acesso rápido…xiaomi mi4 - 04

…ou de capacidade de bateria. Isso significa “quem precisa de widgets se você pode ter a tela toda?”.xiaomi mi4 - 06

Vale notar que os smartphones da Xiaomi na China saem de fábrica SEM os serviços Google (já que o Google não existe na China). Acredito que fora de lá os serviços – e a loja – estejam presentes. xiaomi mi4 - 05xiaomi mi4 - 07 xiaomi mi4 - 08

(dá pra ver que a Xiaomi é obcecada por gerenciamento de bateria):

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O design do Mi4 me lembrou o que a Samsung fez com o Galaxy A5 (e, bem, a Apple desde o iPhone 4): uma estrutura de alumínio aço com borda mínima nas laterais, com botões – prontos pro Android 5, vale notar – físicos. xiaomi mi4 - 10

 

O Mi4 tem somente 8,9 mm de espessura.
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Na lateral direita, somente o liga/desliga e o controle de volume:

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Embaixo, um alto-falante em grade:

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E, na lateral esquerda, a gaveta para o microSIM card da operadora.

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Atrás, uma tampa plástica não-removível (logo, sem troca de bateria) e a câmera de 13 megapixels. A câmera me chamou MUITO a atenção. xiaomi mi4 - 16 xiaomi mi4 - 17

Por que? Muitas opções de configuração avançada, algo raro em Androids. xiaomi mi4 - 18

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xiaomi mi4 - 21 Claro que um “modo simples” deixa tudo mais fácil. 
xiaomi mi4 - 20xiaomi mi4 - 22A versão do Mi4 de 16GB custa, em média, US$ 380-400 nos importadores chineses online. Quero ver o malabarismo financeiro pra ver preços baixos da Xiaomi por aqui.

 

 

Escrito por
Henrique Martin
10 comentários
  • Desenho lindo q a Apple infelizmente abandonou no Iphone 4S…

  • Henrique, tenho duas perguntas a respeito desta empreitada da Xiaomi no Brasil:

    1) O modelo de venda vai ser por meio de ‘venda direta’, ou seja a própria Xiaomi vai vender seus aparelhos através de um site proprio, por exemplo, ou estes aparelhos vão estar no varejo? Ou você não possui nenhuma informação sobre isto?

    2) A estratégia deles aqui vai ser a mesma a da China (aparelho com margem quase zero de lucro, mas com vários serviços pagos)?

    • nada sabemos ainda. fato é que “viver sozinho”sem apoio de varejo no Brasil é suicídio comercial. essa semana vou tomar um café com a Xiaomi Brasil e depois conto mais

  • se olhasse apenas as fotos das vistas laterais, ,diria que é um iphone 4s – um design muito bonito e amplamente difundido (A5 e mi4).
    E se quiser vir ao Brasil, precisa trocar esse nome – esse será o verdadeiro xing-ling nas lojas, pois é muito dificil pronuciar “xi-a-o-mi” e vai virar “xi-o-mi”…

  • Eu meio que desanimei um pouco da Xiaomi porque estão demorando um pouco para desembarcar aqui, mas acho um bom player para o mercado.
    Uma curiosidade que sempre tive, mas não achei um texto sobre o assunto, são esses cabos onde os aparelhos ficam presos nessas exposições. Podia haver um texto falando como são presos e o que exatamente fazem, talvez seja óbvio, mas acho interessante.

  • Apenas apontando alguns itens na materia:

    A Xiaomi será conhecida em outros mercados realmente como “Mi”. Para facilitar a pronuncia e a disseminação de marca com mais facilidade.

    No mercado chinês os aparelhos não possuem os serviços google. No lugar destes, encontram-se serviços baidu para o mercado chinês e a própria loja de apps da Xiaomi. Fora da China, os aparelhos virão embarcados com os Google apps, pelo menos em países onde serão oficialmente comercializados.

    As laterais do aparelho foram erroneamente mostradas como sendo de alumínio, quando na verdade são de aço.

    • obrigado pelo comentário, Matheus. já corrigi o aço – realmente é um material inusitado.