Uber: como é usar o serviço do carro preto
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Uber: como é usar o serviço do carro preto

Ontem à noite usei o serviço Uber pela primeira vez em São Paulo. Acompanho as idas e vindas do app-que-pede-um-carro-preto-e-que-chega-logo-e-cobra-direto-do-cartão-de-crédito pelo mundo e resolvi experimentar.

Pra quem não conhece, o Uber é invenção do Vale do Silício. Em 2009, com um monte de dinheiro de investimento de venture capital, a startup começou a operar em algumas cidades nos Estados Unidos e foi expandindo aos poucos para o resto do mundo, e no Brasil já presta serviços em São Paulo (incluindo aeroporto de Cumbica), Rio de Janeiro e, em breve, Brasília. Números enormes: é uma empresa avaliada em US$ 17 bilhões (!!!).

E, a cada cidade que chega, causa confusão e discórdia. O Uber, como qualquer produto internético da Califórnia, prega a disruptura de serviços – nesse caso, o mercado a mudar/transformar é o de transporte. E, claro, os taxistas reclamam (mês passado diversas cidades na Europa viveram o caos por conta de taxistas revoltados contra o Uber. Hotéis fecharam por causa do AirBnb? Não. A lógica aqui é a mesma.

Resultado? Mais publicidade gratuita para o serviço e um aumento na procura (mesmo com o mundo todo sabendo que o fundador-CEO é meio babaca e que a empresa tem fama aproveitadora em momentos de necessidade).

Mas, sim, Uber ainda é clandestino no Brasil, já que não contrata motoristas.

Qualquer pessoa com um carro com especificações X ou Y (novo, preto, de luxo, com bancos de couro) pode virar um Uber-motorista. E a lei brasileira impede que veículos particulares transportem passageiros por pagamento. Na prática, o Uber é um grande organizador de caronas pagas, e isso é proibido.

Fica a dica pros taxistas brasileiros: não reclamem muito (mais do que já reclamam). Menos de um ano atrás os taxistas (em São Paulo pelo menos) odiavam aplicativos de chamar táxi (oi 99Taxi! oi Easy!). Hoje quase todos têm – e as cooperativas, que mais chiaram, também adotaram o modelo (sempre vale o exemplo ruim da situação de ter que pedir um táxi-de-cooperativa-com-boleto no Parque Ibirapuera e teve que ouvir da operadora “Mas senhor, qual o endereço correto desse parque?”).

De qualquer modo, Uber não é para matar o serviço de táxi. É para complementar o transporte em cidades. Em São Paulo, FALTAM taxistas (e metrô e água), então parem de reclamar (prefeituras: resolvam isso de forma educada). Ninguém é obrigado a usar Uber. Usa quem quer.

Mas voltando à vaca fria, andei duas vezes de Uber ontem, para ir e voltar do lançamento do LG G3.

Como moro em uma região mais residencial/menos comercial da cidade, sair de Uber de casa demora. Esperei meia hora por um carro, que estava na região da av. Paulista (uns 15 min sem trânsito daqui). Enquanto escrevo esse texto, entro no app para capturar a tela abaixo e vejo que não tenho sorte mesmo: se precisar agora, mais meia hora de espera.

E usei o Uber porque um amigo (tks Yassuda!) usou e postou seu link de desconto (por enquanto, R$ 55 de bônus. Ao me cadastrar e usar, meu amigo também ganhou novo bônus de R$ 55. É uma estratégia bastante agressiva: force o uso do app dando descontos!)

Diferente dos apps de táxi, o Uber só mostra um carro na tela: aquele que vai te pegar. O motorista não escolhe a chamada nem sabe o destino. Dá para simular o valor final da tarifa no aplicativo.

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Ao pedir o táxi, o Uber manda um SMS com o nome do motorista e o tempo estimado de chegada do carro. Quando o veículo chega, outra mensagem aparece. O motorista da ida, em um Ford Focus preto com bancos de couro e ar-condicionado, parou na frente de casa, abriu a porta pra mim, pegou água, me ofereceu e fomos pra Vila Olímpia. O motorista pergunta se vamos por algum caminho que eu quero (sim) ou se pode ligar o GPS.

Fomos pelo meu caminho, zero trânsito (milagre), cheguei em meia hora. O motorista falou bastante sobre como está fazendo um monte de corridas pela cidade e que gringos são o principal usuário do Uber, “porque já usam lá fora”. “Vou precisar aprender inglês”, comentou.

Ao chegar ao destino, o motorista toca a tela do iPhone no console do carro, fecha a corrida: R$ 40, cobrados direto no cartão de crédito (como me cadastrei por uma promoção, tinha R$ 55 de bônus, logo não paguei nada pela ida). O valor aparece no seu smartphone (iOS ou Android) e pronto. Sem dinheiro, sem complicação – e um pedido de avaliação da corrida.

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Na volta, a mesma coisa. Como estava na Vila Olímpia, o carro (Nissan Sentra preto, bancos de couro, ar condicionado) chegou em menos de 10 minutos. Note na tela acima que, enquanto você espera o carro, vê a avaliação do motorista – 5 estrelas. Ele também avalia o passageiro no final da corrida.

O mapa deu algum problema e o motorista veio me buscar a pé – ele estava com o carro no quarteirão seguinte. Sergio me explicou que o motorista mesmo estava no carro, ele é um instrutor da Uber para novos motoristas. Em 15 minutos estava em casa, a corrida saiu um pouco mais cara (R$ 44, ainda tinha R$ 15 de bônus, paguei R$ 29).

O preço, no fim das contas, é similar ao de um táxi bandeira 2 pra casa à noite. Ah sim, como o Uber está em fase de testes, o motorista ainda não usa camisa social e gravata (sério, me perguntaram isso quando disse que tinha ido de Uber pro evento).

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Não vou deixar de usar táxis (ou ônibus ou metrô) por causa do Uber.

Não tenho carro (nem quero ter, e é difícil pra nossos governantes e demais cidadãos paulistanos obcecados por carro entenderem isso), e o Uber é mais uma alternativa de transporte pra mim. O que gasto de táxi por mês não paga a mensalidade de um estacionamento na Faria Lima. E, na próxima viagem que precisar ir ou voltar por Cumbica, certamente será minha opção – graças aos inúmeros e escabrosos casos de assalto aos táxis do aeroporto.

[Uber]

 

 

 

 

Escrito por
Henrique Martin
12 comentários
  • Não sei se conhece os serviços dos “Táxis executivos”, que são nada menos que “Carros pretos com bancos de couro e ar condicionado que fazem serviço de táxi”. Vejo muitos destes por aí rodando. O Uber, para se adequar, poderia solicitar o serviço destes.

    Se não me engano, para prestar um serviço de transporte particular, a pessoa tem que ter no mínimo um documento com a licença de motorista “apto a prestar serviços comerciais”, o veículo tem que ter a placa vermelha (que indica que é um veículo comercial) e no máximo um curso.

    Quando o EasyTáxi chegou por aqui, relembrando, também foi uma muvuca, já que o mesmo acabava com os serviços de “rádio táxi”, que eram intermediadores.

    Falando nisso, taí uma boa discussão para as eleições: mudanças na forma de oferecer serviços de transportes. Temos uma lei extremamente reguladora, e isso desincentiva ideias novas que podem dar certo (como o Uber) e melhorias no transporte, já que o serviço de transporte deve ser prestado por alguém que fez todo o caminho buRRocrático nos órgãos reguladores.

    PS: Sugiro, por questão de ética, “distorcer” os dados do motorista.

    • táxi executivo = tarifa + cara, tem uma empresa q contrata os caras. aqui são vários motoristas freelancers 😛

      • Sim sim. Mas eu queria chegar no seguinte ponto: no mínimo poderiam exigir que os veículos tivessem “placa vermelha”. Não sei quais são as regras exatas para servir como “transporte de passageiro” e se com isso a pessoa poder ser um fretista sem ser taxista.

        Mas é aquela coisa: quanto mais “oficial”, mais se paga. Freelancers e sem controle exato não paga tantos impostos. 🙂

      • Poderia dizer quais são as empresas para contratação? grato

  • Muito bom 🙂 Já me cadastrei, devo testar em breve.

    Eu, como o Henrique (e como o Yassuda citado na matéria), também não tenho carro nem quero ter um. Faço tudo perto de casa e gasto com táxi muito menos do que eu gastaria com carro+manutenção+impostos+combustível+seguro+estacionamento.

    Espero que o mundo pare de nos tratar como alienígenas 🙂

    • Já tive moto, e hoje penso 50 vezes antes de querer um novamente. Um transporte público é bem mais eficiente e menos estressante do que conduzir um veículo.

      O ruim é que não é todo lugar que tem transporte público eficiente e com preço justo.

      Na verdade, o mundo não trata tanto as pessoa que não querem ter carro como alienígenas. Só trata assim quem acha que carro é um degrau a mais para a vida.

  • Fiquei positivamente surpreso ao saber que o motorista usa camisa social e gravata. Junte-se isso à qualidade do veículo e temos sinais de seriedade na prestação do serviço. Diferentemente do que ocorre em países desenvolvidos, no Brasil seguidamente me deparo com taxista que fala o que quer, utiliza linguajar chulo, se veste como quer e se comporta como quer, como se o passageiro estivesse dentro da casa do motorista recebendo um favor dele. E para fechar, além de o carro ser espartano demais, ainda está mais rodado do que deveria.

    • eu conheço o pior taxista de são paulo. fuma, dirige mal e reclama de qualquer coisa – do cachorro da madame à chegada do homem à lua.

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    Sem burocracia, ativação rápida e ainda ganha uma comissão extra ao completar 20 corridas.

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    Boas viagens!!