Review: HTC Touch
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Review: HTC Touch

HTC Touch

O HTC Touch (preço sugerido: R$ 1.300, podendo variar de acordo com plano e operadora) é um misto de iPhone com um Palm. Isto porque ele tem tela de toque, como o rival da Apple, mas traz também uma stylus, para auxiliar no uso do Windows Mobile 6 Professional. Este é, aliás, um dos primeiros modelos no Brasil com a versão 6 do sistema operacional da Microsoft.

A presença da caneta stylus pode parecer um apoio, mas é sintomática: é uma das provas de que a interface do aparelho não está pronta para ser usado apenas com o toque.

Com exceção do teclado numérico e da tela Today, que apresenta um resumo das principais atividades do sistema (como novos e-mails, mensagens de texto, previsão do tempo e uma lista de programas favoritos), o resto do sistema não foi pensado para ser usado com os dedos – a não ser que você tenha dedos extremamente finos.

O principal ponto forte do HTC Touch é o design. Atraente, pequeno (pouco maior que um Motorola V3), tela grande, leve e com excelente empunhadura, o modelo tem um ótimo acabamento.

Além do botão central (que funciona como um OK e não como o Home do iPhone), há outros quatro: um verde e um vermelho ao lado do central (para fazer e desligar chamadas); um lateral para a câmera (que pode ser configurado para acionar outros aplicativos); e o um único para desligar a iluminação da tela e desligar o aparelho.

Os designers da HTC fizeram uma boa escolha ao posicionar os slots do cartão MicroSD e do cartão SIM: para abri-los, basta retirar a tampa da bateria, ou seja, não é preciso desligar o aparelho para inserir ou retirar os cartões. E graças í  trava da tampa, eles ficam bem protegidos quando estão inseridos. O mesmo acontece com o HTC S411.

Infelizmente, o aparelho não explora todo o potencial da tecnologia TouchFLO, que reconhece e interpreta alguns movimentos e toques na tela. Este talvez seja o principal ponto fraco do aparelho. Mas não é o único. O Windows Mobile 6 Professional se mostrou lento no dia-a-dia para execução de algumas tarefas. Isto é um indí­cio de que a memória RAM embutida não é suficiente.

Naturalmente, quanto mais programas abertos, pior o desempenho do sistema. Porém, mesmo que não haja nenhum programa aberto, não é recomendável utilizar o Windows Live Messenger pré-instalado, que visivelmente “suga” toda a memória disponí­vel e chega a travar o sistema.

No lugar deste, recomendo o uso do Fring, um IM que permite se conectar a múltiplos programas, entre eles Skype, Windows Live Messenger e Google Talk. E a conexão pode ser via Wi-Fi (ponto positivo!) ou por rede de dados.

Quem adquiriu o aparelho sem uma operadora (ou o desbloqueou) vai ter dificuldades para configurar a rede de dados no aparelho. E, apesar de novo, o Touch não trafega dados por 3G, mas sim por EDGE. No entanto, permite conexão via Wi-Fi – fací­lima de configurar. Ponto para a HTC e para a Microsoft.

Se você optar por usar a versão móvel do Skype, poderá conversar com áudio ou texto com seus contatos, sem pagar pelo tráfego de dados. Obviamente, isto só vale se o seu provedor de Internet não cobra pelo tráfego.

A sincronização do Touch funciona bem em PCs com Windows. Já quem usa Mac ou Linux vai precisar de programas alternativos para sincronizar seus dados com estes sistemas operacionais. Uma dica é o Missing Sync, da Mark/Space, que resolve o problema no Mac OS X.

a câmera do TouchComo não é um celular 3G, a ausência de uma câmera frontal não é notável. E a câmera de 2 megapixels faz fotos razoáveis em ambientes com boa iluminação (ela não possui flash).

A câmera faz fotos e faz ví­deos e pode gravar na memória interna do aparelho ou no cartão MicroSD (uma versão com 1GB acompanha o Touch). Para quem gosta de filmar com smartphones, esta é uma boa vantagem sobre o iPhone, que não grava ví­deos.

O Touch é bonito, com excelente design e a tecnologia TouchFLO permite alguma interação com o sistema por meio do toque. No entanto, o aparelho esbarra nas limitações de interface do Windows Mobile, que não possui uma versão “touch”, pensada para o toque na tela.

Este parece o caso de um aparelho mais avançado que o sistema, e que, por isso, não tem todo o seu potencial explorado.

Histórico de uso
Comprei o Touch de um vendedor no MercadoLivre, exatamente no dia 15 de setembro. Dei um lance e, duas horas depois, já estava com ele nas mãos (desbloqueado para todas as operadoras GSM, com exceção da Vivo). Para ser bastante sincero, optei pelo aparelho porque, na época, ainda era impossí­vel conseguir um iPhone por menos de R$ 3.000 sem pedir a um amigo (amigo mesmo!) para trazer um dos Estados Unidos. Eu achei o Touch um belo aparelho, pelo menos no site da HTC.

Quando o peguei, fiquei surpreso: o aparelho era muito menor do que eu pensava (cabe no bolso de uma camisa sem dificuldade). E mais bonito. Infelizmente, o meu veio com um dead pixel, mas eu o aceitei assim mesmo porque o vendedor me deu um desconto imperdí­vel.

Nunca havia usado um aparelho com nenhuma versão móvel do Windows, somente com Palm OS. Apesar de semelhante í  versão desktop, achei o sistema muito complicado e pouco intuitivo. E ainda hoje levo algum tempo para executar algumas tarefas. E sofro com a lentidão e travamento do sistema, que acontecem de vez em quando.

Em algumas situações, a sensibilidade da tela não parece tão grande. É nestes momentos que sinto falta de um teclado real: ainda sinto que, se “apertasse o botão mais forte” o sistema interpretaria corretamente o comando. Mas isso é só impressão, uma vez que o TouchFLO não diferencia a pressão do toque.

Desde que o comprei, só sincronizei os dados com um PC com Windows uma única vez – todas as outras foram com o meu MacBook (um “Black Beauty” de 2 GHz). Sempre com a ajuda do Missing Sync, que torna possí­vel a sincronização de mensagens de texto, calendário, notas, log de chamadas, fotos, música, emails e bookmarks do Windows Mobile 6 Professional com o Mac OS X.

O Touch é uma boa escolha para quem não faz questão de recursos de multi-toque e de uma tela widescreen com altí­ssima resolução. Ou para quem não foi seduzido pelo rival da Apple.

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5 comentários
  • Nossa, eu ja tava de olho neste telefoninho a muito tempo mas aqui nos EUA não é facil de achar….a HTC é muito forte na Europa e por isso achei estranho o fato de nao ter 3G….

  • Já tive um HTC Touch e como o feliz proprietário de um iPhone, posso garantir que não existe nenhum paralelo entre a tela multi-touch do iPhone e a tela do HTC Touch, que praticamente não funciona sem stylus.

    Abraços e parabéns pelo excelente trabalho aqui no Zumo.

  • Oi Átila,
    belo resumo sobre o aparelho. Entretanto, eu uso Linux e gostaria saber se você conhece algum programa para sincronização do HTC Touch no Linux, parece haver um chamado kitchensync, mas ainda não o testei.

    Abraços
    J.

  • Eu tenho um HTC mais eu não consigo achar uma nova bateria para ele aqui em Bauru-SP, a bateria original só segura carga por umas 12 a 15horas e é ruim carregar todo dia, mais fora isso o aparelho é 10…