Por que o papel ainda atola na impressora?
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Por que o papel ainda atola na impressora?

Se impressoras laser existem desde o final dos anos 1970, uma grande dúvida ainda assola a humanidade: por que diabos o papel ainda atola dentro da máquina?

Aqui em Boise, na sede de impressoras da HP, aproveitei para perguntar isso pro pessoal que desenvolve os produtos – e, em resumo, é quase impossível evitar que dê a clássica mensagem de “paper jam” (e leve qualquer um a passar raiva).

Existem dois motivos principais para o papel atolar:

1) O caminho que o papel faz dentro da máquina, e isso independe se é uma laser (onde o caminho é quase sempre maior) ou jato de tinta (não tanto em domésticas, mas de maior porte…).

2) A condição do papel somado à temperatura e umidade do ambiente – e aí não tem muito o que fazer.

“Atolamentos hoje, no final das contas, acaba ocorrendo muito mais em scanners das multifuncionais maiores, por conta de erro humano: papel dobrado ou amassado, grampos esquecidos”, explicou Larry Tracy, um dos gerentes de produto da HP para impressoras laser. “Para resolver o problema na impressora, é mais fácil simplificar o caminho que o papel percorre dentro da máquina”, disse.

Uma das soluções é usar um formato de “C” para o papel que entra e sai da impressora, já usado em modelos de laser e jato de tinta de pequeno ou grande porte:

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E existe um formato ideal para nunca atolar? “Só se fosse um caminho direto, mas a impressora iria ocupar muito mais espaço na mesa”, afirmou Tracy.

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Mas o caminho do papel não é a resposta completa, e o pessoal dos laboratórios de teste da HP (na medida do possível) explicou que eles testam milhares e milhares de páginas todo ano de fábricas de papel do mundo todo (que depois são reciclados na casa ou usados em projetos locais de caridade), e que os testes são feitos em cinco cenários distintos de temperatura/umidade (com estufas simulando essas situações):

  • Alta temperatura e alta umidade (grande chance de atolamento).
  • Alta temperatura e baixa umidade.
  • Temperatura e umidade médias (ou 50% das situações de escritório no mundo).
  • Baixa temperatura e alta umidade.
  • Baixa temperatura e baixa umidade (também grande chance de atolamento).

Então, no fim das contas,  inúmeros fatores contribuem para o atolamento de papel dentro de uma impressora, e cada cenário (casa, escritório, tipo de papel, temperatura, umidade) é diferente para cada um. Mas se você vive no Brasil em locais quentes e úmidos, bem, suas chances aumentam bastante.

Em tempo:

A HP demonstrou uma multifuncional a jato de tinta que funciona com pequenos tanques de tinta preta e colorida, a OfficeJet Pro X576dw MFP, que começa a ser vendida este mês nos EUA.

Em vez de colocar a cabeça de impressão no cartucho — o que é comum nos modelos domésticos — a impressora utiliza uma grande peça fixa com várias cabeças de impressão:

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E o cartucho é um pequeno tanque de tinta (preço médio sugerido por tanque: US$ 100).

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Perguntei pro Larry Tracy se esse tipo de solução não seria útil em modelos domésticos, já que concorrentes como a Epson vendem jatos de tinta com tanque (bulk ink) que nem pãozinho quente no Brasil.

A resposta foi que existe um modelo de multifuncional (OfficeJet Pro 8600 Plus) com tanques menores (mais produtivos que o cartucho normal) e que um modelo com tanques grandes como os da X576dw seria mais complicado de produzir em escala menor, por conta do peso e da potência do motor do carrinho da cabeça de impressão.

 

Escrito por
Henrique Martin