Na guerra dos megapixels, qual o seu limite?
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Na guerra dos megapixels, qual o seu limite?

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Doze megapixels é, acredito, suficiente para a maioria das coisas que os consumidores precisam“, Akira Watanabe, diretor da área de SLR da Olympus, em entrevista à C|Net.

É a primeira vez que vejo alguém do mercado de câmeras fotográficas falar que existe um limite na guerra dos megapixels, o que eu sempre achei um exagero quando falamos do consumidor doméstico.

Num momento em que celulares com sensores de 5 megapixels já são comuns e já passamos a barreira dos 8, o que dizer da frase do executivo da Olympus?

Em vez dos megapixels, a Olympus quer melhorar outras coisas na câmera digital – ajuste dinâmico, reprodução de cores e melhorar o ISO para fotos com pouca luz. E o sr Watanabe está certo, no meu ponto de vista. De novo, falando dos celulares, de que adianta um monte de megapixels se a foto final sai ruim?

O consumidor final médio de câmeras digitais no máximo (chute meu) imprime fotos 10 x 15 cm ou as deixam lá guardadas no PC, esperando a falha no disco rígido ou alguém apagar por engano (o paranóico aqui faz backup no HD externo e em DVDs). Quanto maior a resolução, óbvio, maior o tamanho do arquivo. E dá-lhe espaço em HD.

Eu tenho uma câmera de 6 megapixels com 12x de zoom óptico (gostaria de mais, na verdade). Mas para o que faço – fotos de viagens, famílias e retratos de gadgets para este Zumo, 6 tá mais que bom (não posso falar pelo Nagano…).Eu acho ótimo que as câmeras digitais aumentem a resolução também no vídeo – gravar em 720 melhora bastante a qualidade para a web.

Num modo meio saudosista, se é para imprimir foto 10 x 15 cm, pega uma câmera de 5 megapixels e está bom… (e eu já fiz, no passado, milagres com uma de 2 megapixels!).

Nagano comenta: Muito interessante esse comentário. Ontem participei de uma reunião informal com dois gerentes de produtos — Frederico Rossolla Safranek e Igor Beserra — da Elgin Info Products que anunciou recentemente sua entrada no mercado de notebooks (e outras surpresinhas, aguardem…). Coincidentemente, entre uma conversa e outra,  Safranek disse que ele acreditava que a corrida dos megapixels (pelo menos no segmento amador)  iria se estacionar nos 10 MP. Eu até concordo com ele, já que “dez” é uma espécie de número mágico, cheio, redondo, que chama a atenção — ou pelo menos mais do que sete, oito ou mesmo onze.

Em mercados mais evoluídos como o japonês, a preocupação nem está mais em tamanho de CCD e sim em funcionalidades como desenho/estilo, facilidade de transporte/uso ou recursos que ajudem realmente a tirar fotos melhores, como sensores de foco e exposição mais inteligentes, lentes com maior cobertura de imagem e o mecanismo de estabilização de imagem.

Escrito por
Henrique Martin
3 comentários
  • O que eu acho que falta nessas câmeras com megapixels saindo pelo ladrão, pelo menos aqui no Brasil, são acessórios bacanas como os que são vendidos em outros lugares. Tome a Cybershot, por exemplo. Comprei na China uma objetiva grande angular da Sony para a minha de 8 mega. A lente, não é um trambolho e é um espetáculo para amadores que querem dar um toque mais profissional nas fotos. Nunca vi acessório como esse sendo vendido por aqui, por exemplo. No catálogo de acessórios da Sony, ainda tem uma teleobjetiva para a cibershot que amplia o zoom normal da câmera, sem falar de uma série de filtros, como um (obrigatório) polarizador.

  • Faz tempo que eu bato nessa tecla também. Zilhões de megapixels não são sinônimo de qualidade e boas fotos. Ninguém vai imprimir outdoors de suas fotos e sair pendurando, como mostra a propaganda da Sony Ericsson do próprio C905 – mesmo porque, aqui em SP, isso + Cidade Limpa = multa com zeros infinitos, certo?
    A ÚNICA aplicação bacana que eu vejo para o fato de você ter capacidade de imprimir em tamanhos enormes (para usuários domésticos e não fotógrafos profissionais, deixo claro) é criar um mural de parede inteira para sua casa. Mas, por favor, só se a foto for bonita e de bom gosto.

  • Quando comprei a minha Canon Powershot S2 IS, o modelo S3 já tinha sido lançado. Mas eu andei todo o local onde haviam câmeras à venda (tá, eu falo, o fechado e saudoso Stand Center, em São Paulo) atrás de uma S2. Poderia ter comprado a S3, mas preferi a S2. A diferença era de R$ 250 por 1 Mpixel a mais, que talvez eu nunca usaria. E hoje em dia, com recursos como o CHDK, (por enquanto) não quero outra câmera, só algumas lentes e filtros para poder me divertir um pouco mais.

    A corrida dos Megapixels sempre foi estúpida, pelo menos alguém da indústria percebeu isso e falou em pará-la. Resta saber se as outras empresas também irão parar, senão em alguns anos teremos celulares capazes de fazer fotos dignas de satélite-espião, mas com lentes que registram nem o que está à frente dos seus CCDs.