AMD e Arquivo Público recuperam a memória do jornalismo brasileiro
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AMD e Arquivo Público recuperam a memória do jornalismo brasileiro

A AMD anunciou nesta manhã uma parceria com o Arquivo Público do Estado de São Paulo para tratar, catalogar e tornar disponí­vel í  população um pedaço importante da história do jornalismo brasileiro. Trata-se de um acervo quase completo da edição carioca do jornal íšltima Hora, que circulou entre 1951 e 1971. No total são 108 mil páginas de material doadas por Pink Wainer, filha do jornalista Samuel Wainer, criador e editor do íšltima Hora. A coleção ficou escondida por muitos anos, durante o perí­odo da ditadura, até ser doada ao Arquivo Público em 1990.

A primeira parte do projeto prende digitalizar o equivalente a 60 meses do jornal (36 mil páginas) e colocar este material online até maio de 2008. Atualmente já estão no ar cerca de 500 páginas, de 1.500 digitalizadas, selecionadas entre as matérias mais significativas no perí­odo em que o jornal circulou, entre elas manchetes como o primeiro vôo tripulado ao espaço, a morte de Getúlio Vargas e a proclamação do AI-5, além de destaques esportivos como a conquista da copa de 1958.

Capa Ultima Hora Gagarin Capa Ultima Hora AI-5

Capa Ultima Hora Kennedy Capa Ultima Hora Copa 58

A parceria envolve 20 funcionários da AMD e do Arquivo público, que separam as edições, limpam, microfilmam e digitalizam os arquivos antes de oferecê-los ao público. Três servidores baseados em processadores AMD Opteron, doados pela AMD, fornecem a infra-estrutura de TI necessária para o projeto.

A estimativa é que todas as 108 mil páginas sejam digitalizadas ainda em 2008. O material pode ser consultado, por data, no site www.arquivoestado.sp.gov.br/uhdigital. As páginas estão disponí­veis como imagens JPEG, com qualidade suficiente para impressão. Infelizmente ainda não há um sistema de busca, e o texto das edições ainda não está sendo indexado.

A parceria é uma iniciativa louvável, que não só resgata a memória do jornalismo brasileiro como dá ao público acesso a um material precioso, que por sua fragilidade requer cuidados especiais na preservação[1]. As possibilidades de uso são imensas: nas escolas, por exemplo, os alunos poderão estudar não só os fatos históricos, mas também compreender pelas matérias do jornal a reação da população a eles. Quem sabe assim eles não pegam gosto pela coisa e se interessam mais pelo que acontece, hoje, ao seu redor?

[1] – Carlos Bacellar, coordenador do Arquivo Público do Estado de São Paulo, nos conta que é muito mais fácil preservar um manuscrito do século 19 do que um jornal da década de 50. O papel tem qualidade muito pior (“é feito pra embrulhar banana na feira no dia seguinte”, diz ele), a tinta mancha com facilidade, e por seu formato e mesmo a falta de cuidado no manuseio, rasga muito mais facilmente.

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